O lado negativo do apego ansioso é que a busca desesperada por segurança acaba criando exatamente o que mais se teme: a distância.

Pessoas com apego ansioso têm dificuldade em confiar que serão amadas e não serão abandonadas. A maneira como tentam se sentir seguras é exigindo provas constantes de amor - mensagens a cada hora, respostas imediatas, demonstrações exageradas de afeto.

Na realidade, elas não estão tentando ser controladoras. Para essas pessoas, se o parceiro fizer as coisas do jeito delas, significa que as ama. É uma lógica distorcida, mas é tudo que conhecem. E como nunca conseguem confiar plenamente, a segurança que buscam permanece sempre fora de alcance.

Querem as coisas do seu jeito porque são bastante rígidas consigo mesmas. Aprenderam desde pequenas que, se tudo sair exatamente como planejado, não precisarão ficar ansiosas. Porém, isso faz com que o parceiro se sinta desvalorizado e se pergunte se um dia conseguirá acertar.

Parecem nunca estar satisfeitas porque constantemente procuram provas de que são amadas. Recebem uma declaração hoje e amanhã já duvidam. É um teste atrás do outro.

Costumam ser muito críticas porque acreditam que, se conseguirem fazer o outro perceber o que está fazendo de errado, o relacionamento vai melhorar. Isso faz com que o parceiro se sinta atacado, não ouvido e desrespeitado, servindo de combustível para um ciclo negativo.

Quando querem mostrar que estão realmente magoadas e não conseguiram ser ouvidas de outra maneira, ameaçam com o maior medo que têm: o abandono. Ao fazer ameaças ou dar ultimatos, o parceiro pode, a princípio, sentir-se ameaçado. Mas eventualmente começa a perceber como ameaças vazias, o que faz a pessoa ansiosa se sentir ainda mais desamparada.

Esses comportamentos fazem o parceiro se sentir sem esperança, controlado e preso. É preciso reconhecer que não são saudáveis e que os relacionamentos se tornam insustentáveis no longo prazo.

Você merece mais do que viver refém dos próprios medos. O caminho existe, mas exige coragem para enfrentar os fantasmas e desenvolver um apego mais seguro.

Por Thiago Andriolo