|
GERAL |
|
Quanto você cresceu em 2025? |
| Se a vida parece um ciclo sem fim das mesmas escolhas, dos mesmos lugares, dos mesmos erros e das mesmas relações tóxicas, é um sinal claro de que, muito provavelmente, não estamos crescendo |
Sempre perguntamos às crianças: “O que você vai ser quando crescer?” É estranho, pois primeiro, elas não “vão ser”, ela já são; e segundo, ela já cresceu — cresce todos os dias. Já não tem apenas um mês de vida, já passou dos dois aninhos e, talvez, durante determinado período de tempo já tenha feito mais conexões neurais e ampliado mais seu repertório emocional e cognitivo do que muitos adultos por aí. Mas, afinal, o que é crescer?
O crescimento biológico é natural. Se recebermos nutrientes adequados para nosso corpo se desenvolver, ele seguirá um certo fluxo e, independentemente da nossa consciência sobre isso, ocorrerão mudanças físicas e neurológicas. Trata-se de um processo automático, guiado pela genética, pelas condições ambientais e de saúde de cada indivíduo.
Contudo, crescer emocionalmente, desenvolver-se como pessoa e evoluir de forma real enquanto ser humano, envolve muitos outros fatores, sendo que os estímulos e as experiências de vida de cada sujeito exercem uma grande influência nesse sentido, sobretudo quando acontecem em fases sensíveis do desenvolvimento, como por exemplo, na primeira infância. Dessa forma, muitos adultos, apesar de biologicamente desenvolvidos, ainda carregam dificuldades emocionais não elaboradas e tendem a ter muito mais dificuldade em amadurecer.
São diversos os fatores que contribuem para um desenvolvimento cerebral saudável e para a construção de habilidades como controle emocional, raciocínio mais complexo, tomada de decisão, autoconhecimento e autorregulação, elementos diretamente relacionados à conquista da maturidade, independência e autonomia. Sabe-se que esses aspectos só se consolidam, de fato, quando aprendemos a reconhecer emoções, identificar padrões de comportamento e, sobretudo, lidar com frustrações.
No fim do ano, temos a tendência, mais do que em outras épocas, de revisitar lugares, atitudes e relações, fazendo um julgamento a partir do que observamos e vivemos (ainda que, infelizmente, nem todos o façam). Crescer significa olhar com profundidade para o que percebemos, para o que repetimos e para aquilo que realmente mudamos de forma necessária em nossa vida. Não há outra maneira de crescer que não seja por meio da mudança.
Se a vida parece um ciclo sem fim das mesmas escolhas, dos mesmos lugares, dos mesmos erros e das mesmas relações tóxicas, é um sinal claro de que, muito provavelmente, não estamos crescendo. Por isso, devemos estar sempre em constante processo de transformação. A sensação de estagnação, de permanência, de reincidir nas dores, sem progressos e sem conhecer o novo, ou seja, vivendo no modo automático, revela uma grande dificuldade em lidar com as incertezas da vida e em assumir responsabilidades e compromissos reais, inclusive conosco mesmos.
Portanto, tomar consciência sobre a própria vida, movimentar-se de forma intencional por caminhos diferentes do habitual, examinar crenças e substituí-las por visões mais realistas e libertadoras pode fazer com que, em 2026, surja aquela sensação tão importante e necessária: a satisfação consigo mesmo, a certeza de que fomos capazes de fazer pequenos ou grandes movimentos para fora da zona de “segurança”. Quando optamos por nos apropriar de quem somos, da nossa própria existência, e aceitamos o desafio das mudanças, os horizontes se ampliam, a realidade se transforma e, então, de forma muito verdadeira, crescemos e amadurecemos.
E aí, quanto você cresceu em 2025?
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |





