A educação em tempo integral já está mudando o cenário escolar em Getúlio Vargas. Duas escolas da rede pública municipal — a Escola Municipal 15 de Novembro e a Escola Municipal Cônego Stanislau Olejnik — são as primeiras a implementar o novo modelo, que amplia a permanência dos alunos na escola e oferece formação mais completa, aliando ensino regular a oficinas temáticas e interdisciplinares.

A iniciativa é coordenada pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto, e, segundo a secretária Luciane Spanhol Bordignon, representa um avanço significativo para o município. “Já havíamos implantado essa política na Educação Infantil e agora expandimos para o Ensino Fundamental. Começamos com 41 alunos participando de atividades complementares. Nosso maior objetivo é proporcionar uma educação integral de verdade, que vá além do tempo ampliado e forme cidadãos conscientes, criativos e preparados para o mundo”, afirmou.

Luciane também destacou que essa política está alinhada com as diretrizes nacionais: “É uma proposição muito interessante, a nível mundial tem se discutido muito a educação em tempo integral — que ela se transforme também em uma educação integral. Essa iniciativa integra uma política pública do Governo Federal, que busca ampliar o tempo de permanência na escola e contribuir para o desenvolvimento integral das nossas crianças.”

Oficinas desenvolvem múltiplas inteligências

Entre as atividades oferecidas no contraturno estão oficinas de teatro, robótica, musicalização, matemática, língua portuguesa, expressão corporal e karatê. Algumas são realizadas em parceria com o SENAC e outras com profissionais especializados contratados pela Prefeitura.

A diretora da EMEF Escola 15 de Novembro, Lisiane Paula Wietchikoski, destacou os primeiros resultados positivos. “As crianças participam com entusiasmo. Percebemos avanços na convivência, na disciplina, no raciocínio lógico, na leitura e na motivação pelo estudo. As famílias relatam mais tranquilidade por saberem onde seus filhos estão, e as crianças estão mais responsáveis, mais felizes”, relatou.

A rotina das crianças contempla aulas regulares pela manhã, almoço no refeitório escolar e, à tarde, as oficinas. A estudante Ana Clara, do 1º ano, afirma: “Gosto bastante. Temos karatê, música, jogos matemáticos, teatro, que ajudam a gente a aprender mais.” Já a colega Ana Júlia reforça: “É através das brincadeiras que a gente aprende melhor.” E Brenda, outra aluna, completa: “Gosto muito da oficina de música. A gente pinta, canta e se diverte aprendendo.”

Aprendizagem com arte e emoção

Na EEMF Cônego Stanislau Olejnik, a diretora Rosângela Maria Nunes da Luz valoriza a construção de um currículo intersetorial. “A educação integral envolve o ser humano como um todo. Trabalhamos dimensões emocionais, cognitivas, sociais e físicas, com uma abordagem lúdica que transforma teoria em prática real.”

Entre os oficineiros, a professora Gabriela (jogos matemáticos) e o maestro Castelli (música) vêm colhendo bons resultados. “As oficinas nos permitem trabalhar com ludicidade e foco na cognição. O retorno tem sido excelente”, contou a professora Gabriela, que conduz a oficina de jogos matemáticos. Já o maestro Castelli ressalta que “a música contribui com a concentração, raciocínio e sensibilidade artística. Muitos talentos estão sendo descobertos a partir das oficinas”.

Passos firmes rumo ao futuro

A Secretaria de Educação afirma que o projeto deve se expandir para outras escolas e turmas nos próximos anos, conforme o acompanhamento das primeiras etapas. “Começamos com dois pilotos justamente para ajustar, entender os desafios e ir ampliando com segurança e qualidade. A resposta das famílias, alunos e equipes escolares tem sido muito positiva”, reforça a secretária Luciane.

A educação em tempo integral em Getúlio Vargas vai muito além do tempo estendido: é um modelo que fortalece vínculos, amplia oportunidades e aposta em uma escola mais viva, participativa e conectada com os desafios da sociedade.