GERAL
Ser mãe é se reinventar
   
Mas é também, muitas vezes, se sentir perdida. Como não?

Por Franciane Schuster, psicóloga
09/05/2025 07h20

Ser mãe é ver mudar o eixo do seu mundo. É ter um ou mais corações batendo fora do peito. É mais do que amar profundamente. É saber amar alguém mais do que a si própria. É bem mais do que aprender e ensinar sobre amor incondicional. É ser o exemplo desse amor.

É descobrir que você sabe mais do que podia imaginar. E, ao mesmo tempo, descobrir que, muitas vezes, não sabe nada. É perceber que aquilo que você aprendeu nem sempre funciona. E se reinventar. Ser mãe é, sem dúvida, se reinventar.

É entender que a sua força, flexibilidade e resistência são bem maiores do que você poderia acreditar. É descobrir que a maternidade te exige tudo isso, sem você planejar. É passar a se conhecer de um jeito que você nunca poderia imaginar.

É encontrar o rumo, mesmo quando falta clareza para enxergar. É acreditar que está no caminho certo ou, pelo menos, buscar sempre acertar. É ver mais de você no mundo. E querer ver tudo melhorar.

Ser mãe é encontro, comunhão, multiplicação.

Mas é também, muitas vezes, se sentir perdida. Como não?

É constatar que seus planos não estão mais só nas suas mãos.

É querer criar pessoas do bem, justas, humanas. É tentar compreender, sem julgar. É saber valorizar infinitamente mais o ser do que o ter. É dar valor para essência. Saber cuidar e saber preservar.

Ser mãe é ser capaz de ser piegas, cafona e brega, mesmo quando você é chique. É poder gritar: "Lindo", no meio da torcida. Ou a cada conquista. É se dar conta de que você carrega um troféu dentro do peito. É repetir os gritos de "bravo!". E ver que você está mais parecida com a sua própria mãe do que poderia imaginar. Ser mãe é derrubar a censura.

É também perder a paciência ao botar para dormir. E, depois, voltar para admirar. É estar feia, cansada, impaciente ou estressada e, mesmo assim, não ser cobrada. Melhor: e ser amada. É saber reconhecer que, mesmo imperfeita, o maior amor do mundo, por boa parte da vida, será por você.

 É se preocupar. Se ver leoa para proteger. Ou para brigar. E, ainda assim, saber perdoar. Tudo, sem planejar. É reconhecer e ensinar que fazer justiça com as próprias mãos não dá. Ser mãe é aprender a ponderar. E é também ser sempre capaz de se colocar em outro lugar.

É mudar planos, abrir mão de sonhos. E não se importar. É descobrir que, com filhos saudáveis e seguros, você sempre pode sonhar. Ser mãe é perder. E, ao mesmo tempo, é ganhar.

Ser mãe é conhecer a maior felicidade que existe no mundo sem precisar conquistar mais nada. Ser mãe é, sem dúvida, a maior riqueza que há.

 

Por Priscilla de Paula


   

  

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