Os primeiros resultados dos exames periciais para determinar o que causou a morte de três pessoas após o consumo de um bolo em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, estão previstos para a próxima semana. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (25) por Lara Regina Soccol Gris, chefe da divisão de Química Forense do Instituto-Geral de Perícias (IGP), em entrevista à Rádio Gaúcha.

O episódio, ocorrido durante uma confraternização familiar no dia 23/12, deixou outras duas pessoas hospitalizadas no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres.

Exames e investigação

De acordo com Lara, estão sendo realizados exames para identificar mais de 200 substâncias que possam ter relação com as mortes. O IGP analisa vestígios do bolo e de outros alimentos que estavam na casa onde a sobremesa foi preparada, em Arroio do Sal, além de materiais biológicos das vítimas, como sangue, urina e conteúdo estomacal. “Podemos ter resultados preliminares na semana que vem, mas pode levar mais tempo. Não descartamos que seja uma questão microbiológica, caso não encontremos substâncias químicas, como venenos ou medicamentos”, explicou Lara.

Os sintomas apresentados pelas vítimas também estão sendo analisados para direcionar os testes a classes específicas de substâncias que poderiam ter provocado a reação.

Hipóteses levantadas

A perita destacou que não é comum intoxicações alimentares evoluírem tão rapidamente para casos de morte e que essas situações geralmente estão relacionadas a agentes químicos ou alimentos fora da validade que contenham patógenos capazes de produzir toxinas nocivas.

A Polícia Civil também investiga o caso e não descarta a hipótese de envenenamento.

Próximos passos

As amostras do bolo e outros vestígios coletados nas residências envolvidas no caso estão previstas para chegar ao laboratório do IGP nesta quinta-feira (26). A conclusão dos laudos periciais será essencial para desvendar o que levou à tragédia e fornecer respostas às famílias das vítimas e à sociedade.