CIDADES
Pesquisa qualifica recomendações da EmaterRS-Ascar para manejo sustentável e restauração de campos
   
Conclusões do estudo oferecem subsídios diretos para o trabalho da Instituição

Por Adriane Bertoglio Rodrigues
01/12/2025 06h44

Um conjunto de análises realizadas a partir de dados produzidos em projetos da Emater/RS-Ascar reuniu informações inéditas sobre restauração ecológica em ecossistemas campestres do Bioma Pampa. Esses resultados integram a tese de Doutorado em Ecologia da extensionista Thais Michel, defendida em 18 de novembro na Ufrgs, e estarão disponíveis em breve na Biblioteca da Emater/RS-Ascar e em artigos científicos. Thaís é coordenadora de projetos ambientais, principalmente referente à restauração campestre e florestal na Emater/RS-Ascar.

As conclusões do estudo oferecem subsídios diretos para o trabalho da Instituição, fortalecendo desde o manejo sustentável do campo nativo até o planejamento de ações e políticas públicas. “A análise ecológica demonstrou que práticas de pastoreio rotativo, quando manejadas com ciclos adequados de ocupação e descanso, favorecem o aumento de espécies nativas, melhoram a estrutura da vegetação e contribuem para a recuperação de áreas degradadas”, destaca Thaís, ao observar os indicadores utilizados — altura da pastagem, cobertura de solo, presença de grupos funcionais e frequência de espécies-chave —, “que se mostraram simples, eficientes e facilmente aplicáveis pelos extensionistas durante visitas técnicas, servindo como ferramenta prática de diagnóstico e monitoramento em propriedades da agricultura familiar”.

Outro ponto relevante do estudo foi a estimativa de custos de restauração em diferentes cenários de degradação, incluindo sobrepastejo, invasão por capim-annoni e conversão agrícola. Os valores calculados oferecem justificativas técnicas, planejamento orçamentário e projetos financiados, possibilitando que equipes regionais dimensionem investimentos de forma realista e fundamentada, considerando tanto aspectos ecológicos quanto produtivos.

A tese também destacou a necessidade de protocolos específicos para restauração de ecossistemas campestres, uma vez que normas e diretrizes florestais não se aplicam às dinâmicas do campo nativo. “Isso reforça a importância de padronizar indicadores de monitoramento, incorporar práticas tradicionais da pecuária familiar e consolidar metodologias próprias da Emater, especialmente nas linhas que envolvem recuperação de pastagens, conservação de solo e manejo conservacionista”, avalia a extensionista, que destaca que os resultados ainda evidenciam que a integração entre ciência aplicada e Extensão Rural é essencial para o avanço da restauração campestre.

Os dados provenientes de projetos já executados pela Emater/RS-Ascar, como Projeto financiado pela CPFL Renováveis e o projeto RestaurAPA, poderão contribuir para aplicação das ações nas linhas tecnológicas da Operação Terra Forte e dos subprojetos do projeto ABC+Emater e o atual Projeto Aters para Restauração dos Campos Sulinos, mostrando que a Instituição já produz conhecimento técnico valioso, que pode retroalimentar diagnósticos, orientar decisões e qualificar capacitações internas.

“A partir dessas evidências, o estudo aponta caminhos estratégicos para o futuro, como ampliar ações de pastoreio rotativo como ferramenta de recuperação, fortalecer cadeias regionais de sementes nativas, aprimorar monitoramentos de longo prazo, e consolidar arranjos de governança que integrem instituições públicas, universidades, produtores e comunidades locais”, sugere Thaís, lembrando que todos os dados são resultado de esforços coletivos de diversos extensionistas que atuam diretamente com as famílias rurais.

Ao organizar e analisar esse conjunto de informações, o estudo reforça o papel da Emater/RS-Ascar como Instituição protagonista na produção e aplicação de conhecimento técnico sobre restauração ecológica no Pampa. Nesse sentido, Thaís ressalta que os resultados apresentados ampliam a base científica das atividades já realizadas, orientam o desenvolvimento de novos projetos e fortalecem a Extensão Rural e Social como agente fundamental na promoção da sustentabilidade e da conservação dos Campos Sulinos.


   

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