A Famurs sediou, na quarta-feira (8/10), uma reunião estratégica para tratar da prorrogação das dívidas agrícolas, do custeio das próximas safras e da atual situação do agronegócio no Rio Grande do Sul. O encontro reuniu representantes do governo do Estado, entidades e produtores rurais, com o objetivo de construir soluções conjuntas para garantir a sustentabilidade da agricultura e o equilíbrio econômico das famílias do campo.

A reunião foi conduzida pela presidente da Famurs e prefeita de Nonoai, Adriane Perin de Oliveira, com a presença do secretário de Articulação do Gabinete dos Prefeitos, Salmo Dias de Oliveira; do diretor do Departamento de Governança e Sistemas Produtivos da Seapi, Paulo Roberto da Silva; e do diretor do Gabinete dos Prefeitos, Cassio Nunes Soares. Também participaram o coordenador-geral da Famurs, Adriano Marangon, os superintendentes Leonardo Comin e Fabiana Camargo, o consultor tributário Dr. Luiz Fernando Rodriguez Júnior, o assessor técnico em Agricultura Ismael Horbach e o assessor da Escola Famurs, Guto Freitas.

Adriane destacou que o foco principal foi ouvir diferentes segmentos do setor, em especial prefeitos e produtores, para alinhar propostas práticas:

“A Famurs é o espaço de diálogo entre municípios, governo e entidades representativas. Reunimos hoje as vozes do campo para definir ações conjuntas que assegurem o sustento da agricultura e a estabilidade econômica das famílias rurais”, afirmou.

Durante o encontro, foram apresentados diagnósticos e propostas relacionadas às dificuldades de acesso ao crédito, endividamento e prejuízos das últimas safras. Entre as sugestões debatidas, estão a criação de frentes de trabalho para acompanhamento caso a caso, a implantação de um fundo garantidor estadual e a revisão do manual de crédito rural, facilitando o financiamento dos agricultores.

O diretor da Seapi, Paulo Roberto da Silva, frisou que o RS enfrenta um cenário distinto do restante do país:

“Enquanto o Brasil caminha para uma supersafra, o Estado vive desafios específicos que exigem soluções próprias. É preciso criatividade e articulação para enfrentar esse momento.”

O secretário Salmo Dias de Oliveira reforçou que o investimento público no campo traz retorno direto em produtividade e desenvolvimento:

“O único dinheiro público que deu resultado foi o investido no agricultor, que devolve em produção e crescimento local.”

Entidades e produtores rurais também se manifestaram. O diretor da APER/RS, Arlei Romeiro, destacou as dificuldades de articulação diante das restrições impostas pelas instituições financeiras. O secretário-executivo da Fetag-RS, Kaliton Prestes, defendeu a revisão do manual de crédito rural e a ampliação de linhas acessíveis de financiamento. Também participaram representantes do movimento Securitização Já, a prefeita de Minas do Leão, Silvia Lasek, o vice-prefeito Daniel Oliboni e o secretário de Agricultura de Butiá, Marcelo Antunes.

Encaminhamentos

Como resultado, foi definida a criação de frentes de trabalho para acompanhamento da situação de cada município, priorizando os produtores não contemplados em programas de crédito. Também avançaram as discussões sobre a estruturação de um fundo garantidor estadual e medidas de articulação junto ao sistema financeiro. Novas reuniões ocorrerão nos próximos dias, envolvendo Famurs, governo estadual, agricultores, sindicatos rurais e demais entidades.