CIDADES
Famurs lidera mobilização para enfrentar colapso da saúde nos municípios gaúchos
   
Reunião com o Grupo Hospitalar Conceição, Granpal, entidades e prefeitos propôs documento que será entregue ao Estado

Por André Bresolin
29/05/2025 07h28

A Famurs liderou uma reunião para tratar sobre medidas emergenciais para conter a crise da saúde no RS, principalmente com a chegada do inverno e com a atual superlotação das emergências dos hospitais. Na manhã de quarta-feira (28), a presidente da Famurs e prefeita de Nonoai, Adriane Perin de Oliveira, recebeu na Famurs o presidente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Gilberto Barrichelo, o presidente da Granpal e prefeito de Taquari, André Brito, o secretário da Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, o coordenador técnico em saúde da Famurs, Paulo Azeredo Filho, além de representantes do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (COSEMS/RS), da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, do Ministério Público (MP/RS) e de prefeituras da região metropolitana para definir qual ação será tomada para enfrentar a crise.

Foi consenso durante a agenda que os municípios estão esgotados e é preciso apoio tanto do governo Estadual quanto do governo Federal. Um estudo da área técnica em saúde da Famurs mostrou que os municípios, além de estarem sobrecarregados, tem sido os principais financiadores do SUS, com todos aplicando acima do mínimo constitucional de 15% do orçamento com a saúde, tendo mais de vinte municípios arcando acima de 30% de seus recursos próprios com saúde para pagar serviços da atenção básica, média e até alta complexidade. Diante disso, a média de investimento chega a 22%, o que tem sufocado a saúde financeira destas cidades. O cenário também leva a judicialização de tratamentos e aumento de filas de espera. Hoje mais de 879 mil pessoas aguardam por atendimentos especializados no RS via GERCON e GERINT (dados de fevereiro de 2025). Houve também uma redução de leitos hospitalares entre 2018 e 2025, principalmente de leitos cirúrgicos, obstétricos e pediátricos, reduzindo mais de 1,5 mil leitos no estado.

Como resultado da reunião, será elaborado um documento que trará o levantamento de valores que os municípios necessitam de aporte do estado e da união, além do mínimo de 15% constitucional já pagos por eles. O pedido é para que essa injeção de recursos seja via Funrigs, o Fundo do Plano Rio Grande, com aporte de 1,5 bilhão.

A presidente Adriane Perin de Oliveira reforça este apelo, pois quem mais está sofrendo são as pessoas nas filas e emergências dos hospitais. "Nós precisamos de dinheiro novo que realmente chegue aos municípios, pois todos estão sofrendo. Todo esse levantamento será documentado, com informações e números, e entregue ao governo do Estado e ao governo Federal para cobrarmos uma maior participação deles no enfrentamento da crise, já que os municípios não suportam mais e são as pessoas estão sofrendo", declarou.

O presidente do GHC, Gilberto Barrichelo, afirma que os hospitais gaúchos enfrentam neste momento a pior crise de superlotação dos últimos 20 anos. Para o diretor, o fator referencial da crise, além da aproximação do inverno e do aumento de casos de doenças respiratórias, é o chamado efeito rebote da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul. "Os hospitais estão enfrentando essa crise ainda com reflexos da tragédia climática, que reduziu leitos, atingiu hospitais e suas estruturas, e muitos ainda estão em processo de reconstrução ou retomada de atendimentos. Por isso, a solução que estamos organizando aqui é buscar esses recursos através do Funrigs", disse.

A presidente da Famurs finalizou reiterando que o documento deverá ser entregue ao governo do Estado e ao Ministério da Saúde na semana que vem.


   

  

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