CIDADES
HSVP incluiu o primeiro paciente do Brasil em pesquisa internacional sobre o câncer de pele
   
Estudo clínico avalia eficácia do uso de uma terapia medicamentosa pré-operatória para o tratamento da doença

Por Assessoria de Comunicação
16/01/2025 09h02

O câncer de pele é um dos tipos mais comuns de câncer no Brasil, representando cerca de 30% de todos os diagnósticos de câncer no país. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no triênio 2023-2025, cerca de 221 mil novas ocorrências de câncer de pele não melanoma serão registradas no país, e a incidência do melanoma, que é mais agressivo, também vai aumentar. Diante desse cenário, a busca por novos tratamentos se torna fundamental, pois novas opções podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aumentar a taxa de cura.

O Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, através do Centro de Pesquisa do Centro de Tratamento Onco-Hematológico, é um dos nove hospitais brasileiros participando de um estudo clínico internacional sobre o tema, e recentemente incluiu o primeiro paciente do Brasil. A pesquisa, chamada INTerpath-007, de fase 3, vai avaliar a eficácia de um novo medicamento para o carcinoma escamoso (um tipo de câncer de pele) antes do procedimento cirúrgico, em 600 pessoas com diagnóstico da doença, em 21 países da América Latina, Estados Unidos, Austrália e Europa.

Conforme o oncologista clínico Rodrigo Ughini Villarroel, desde 2016, cerca de 100 pacientes do Centro de Tratamento Onco-Hematológico do HSVP já participaram de mais de 50 estudos clínicos envolvendo diferentes patologias oncológicas, como câncer de pele, mama, pulmão, próstata, rim e neoplasias hematológicas. "Isso possibilitou que novos tratamentos fossem disponibilizados na rede pública de saúde, promovendo avanços no tratamento do câncer. No momento, o nosso Centro de Pesquisa conta com uma equipe multidisciplinar composta de 4 médicos investigadores, 3 coordenadoras de pesquisa, 2 farmacêuticas e 2 enfermeiras que estão acompanhando o tratamento e seguimento de mais de 50 pacientes em diferentes estudos”, disse o Dr. Villarroel.

Novo estudo sobre a terapia medicamentosa pré-operatória

Para o tratamento do carcinoma escamoso de pele já existem medicamentos de imunoterapia aprovados, inclusive no Brasil, que ajudam a melhorar os resultados do tratamento, como o pembrolizumabe e o cemiplimabe. No entanto, ambos são eficazes para diagnósticos mais avançados desse câncer de pele, ou seja, casos que não podem ser operados ou que já se espalharam pelo corpo. Já para outros pacientes com a doença a principal alternativa é a cirurgia para remover o tumor principal e os linfonodos afetados. Após o procedimento, o uso da radioterapia pode ser necessário se houver muitos linfonodos envolvidos ou outras características que sugiram uma alta possibilidade de reincidência do câncer.

O oncologista Rodrigo Villarroel explica que, embora a maioria das pessoas com carcinoma escamoso primário consiga se curar com cirurgia local, algumas apresentam resultados insatisfatórios. “Quando a doença tem características de alto risco, há uma chance maior de que ela volte ou se espalhe. Por isso, precisamos desenvolver novos tratamentos para adultos com carcinoma escamoso em estágios II, III e IV (que ainda podem ser operados). Esses novos tratamentos não só pretendem diminuir os problemas relacionados a cirurgias extensas, mas também podem eliminar a necessidade de tratamentos com radiação e, principalmente, reduzir a chance de a doença voltar, melhorando os resultados para essa população, que geralmente é mais idosa", detalhou o médico.

O estudo INTerpath-007, do qual participa o Hospital São Vicente de Paulo, quer avaliar como o V940 (uma terapia que usa a tecnologia de RNA mensageiro para tratar o câncer de forma personalizada) funciona em combinação com o pembrolizumabe (uma proteína que ajuda o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células cancerígenas). Os pesquisadores pretendem descobrir se essa combinação, usada antes e após a cirurgia em pacientes com carcinoma escamoso de pele que podem ser operados, pode ser mais eficaz do que o tratamento padrão, que é apenas a cirurgia e, se necessário, a radiação.

Para o Dr. Villarroel a terapia medicamentosa realizada antes da cirurgia pode trazer vários benefícios aos pacientes. Primeiro, ela pode tornar a cirurgia menos invasiva e extensa, o que significa menos riscos. Além disso, ajuda a preservar funções importantes do corpo, garantindo que os pacientes mantenham a capacidade de realizar atividades cotidianas. Outro ponto positivo é que a terapia pré-operatória pode melhorar a aparência estética em áreas sensíveis, como a região da face. Por fim, essa abordagem pode eliminar a necessidade de tratamentos adicionais com radioterapia após a cirurgia. Em resumo, pode contribuir para uma experiência cirúrgica mais segura e com melhores resultados para os pacientes, tanto fisicamente quanto emocionalmente", relata o especialista.

Cuidados importantes com a pele

No verão é essencial usar protetor solar com um fator de proteção solar (FPS) adequado. Para a maioria das pessoas, um protetor com FPS 30 ou mais é recomendado, pois isso bloqueia cerca de 97% dos raios UVB, que são os principais responsáveis pelas queimaduras solares e pelo câncer de pele. Para quem tem pele clara, pode ser interessante optar por protetores com FPS mais alto, como 50 ou 60, sempre lembrando de reaplicar o produto a cada duas horas ou imediatamente após nadar ou suar.

Vestir roupas que protejam a pele, usar chapéus largos e óculos de sol que filtrem os raios UV são outros cuidados que precisam ser redobrados durante a exposição solar. Além disso, deve-se evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa. Consultar um dermatologista regularmente para exames de pele também é uma prática recomendada, pois a detecção precoce do câncer de pele é a chave para um tratamento eficaz.

Existem diferentes tipos de câncer, como o melanoma e os carcinomas basocelular e espinocelular, cada um exigindo abordagens de tratamento específicas. “Ficar atento aos sinais de alerta é crucial para a detecção precoce. Mudanças nas pintas, como alteração de tamanho, forma ou cor, devem ser observadas com atenção. Lesões que não cicatrizam após algumas semanas, coceira, dor ou sangramento em uma área da pele também são motivos para buscar a avaliação de um médico. Novas manchas que surgem, especialmente nas áreas mais expostas ao sol, não devem ser ignoradas”, orienta o oncologista do HSVP.

 


   

  

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