GERAL |
Ano novo, vida velha |
Por que é tão difícil mudar? |
Mudar é inerente ao ser humano, aspecto fundamental da vida. A mudança é vista como um processo contínuo e essencial para o crescimento pessoal, para que se tenha a capacidade de se adaptar a novas circunstâncias e de certa forma crucial para que se consiga enfrentar os desafios que a vida impõe, principalmente em momentos de crise, transições ou sofrimento emocional. Perceber que algo deve ser diferente, investir tempo e energia nisso e realmente buscar algo novo, pode requerer algo mais profundo, modificações reestruturantes, que normalmente trazer desconforto e insegurança.
Promover mudanças constantes na vida é certamente o caminho mais assertivo no sentido da evolução pessoal. Todavia isso não diminui o fato de que pode sim ser um processo difícil e desafiador, devido a uma combinação de fatores psicológicos, emocionais e sociais. Ou seja, ao mesmo tempo que a mudança traz consigo uma oportunidade para a reinvenção, um investimento em autoconhecimento e a possibilidade na construção de novos aprendizados e recursos internos, dependendo o contexto, ela pode gerar ansiedade, resistência ou medo, em especial quando essa mudança envolve algum tipo de perda.
Sabe-se que o cérebro é um órgão extremamente hábil e poderoso, mas sofre de maneira bem importante a influência do meio em que vive. Dependendo a dinâmica de funcionamento na qual o sujeito está inserido, o cérebro irá se adaptar e criar caminhos neurais para encontrar o equilíbrio e tentar de forma muito intensa regular as sensações e emoções do corpo com o objetivo de se auto proteger. Isso explica o motivo do por que as pessoas reagem de forma diferente em situações semelhantes. Portanto, para algumas pessoas, o que significaria uma mudança simples e encorajadora, para outros pode ser encarado com aterrorizante e impensável. Essa dinâmica, construída pelas vivências e experiências de cada um se cristaliza, e através de processos psíquicos, cognitivos e comportamentais se manifesta no mundo externo a ponto de muitos pensarem na impossibilidade de conseguir se transformar e modificar esses padrões.
Contudo, dar-se conta desses processos, direcionar a mente para a reflexão e o autoconhecimento e assim reconhecer em si os padrões disfuncionais, muitas vezes inconscientes, que impedem o avanço em direção às mudanças, é possível a qualquer pessoa e fundamental para que se construa novas perspectivas, habilidades e muito mais qualidade de vida. Sair do automático requer consciência, prática e consistência. Saber o que gera determinados pensamentos, sentimentos e ações é complexo, mas transformador e libertador. Além disso, fatores externos como o social e o apoio de ambientes favoráveis, também facilitam a transformação.
Por fim, é preciso olhar para as mudanças com humildade. Estar flexível diante das exigências da vida é qualidade essencial para as reformas internas e externas de cada um, sobretudo quando o objetivo é sempre buscar o crescimento, o amadurecimento e a evolução pessoal. O que gera a mudança? A virada do ano, o fechamento de um ciclo, alguma vicissitude ou acontecimento, não importa: o que de fato tem importância, é estar disposto e aberto a reconhecer o quanto somos inclinados naturalmente a estar em constante processo de transformação e adaptação. O mundo precisa dessa consciência.
Feliz vida nova!!!!