CIDADES
Tratamento de câncer aumenta 46 por cento em três anos no Rio Grande do Sul
   
Número de cirurgias oncológicas também aumentou

Por Rádio Sideral
25/07/2024 09h07

Entre 2020 e 2023, o número de pacientes tratados em oncologia no Rio Grande do Sul pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou de 20.529 para 30.041, um crescimento de 46%. Esse aumento refletiu-se na redução do percentual de tratamentos de casos avançados e com metástases. As quimioterapias paliativas passaram de 35,7% dos casos em 2019 para 34% no último ano. Este crescimento ressalta a importância do novo Plano de Atenção para o Diagnóstico e o Tratamento do Câncer, publicado recentemente pela Secretaria da Saúde (SES).

As quimioterapias adjuvantes, utilizadas após o tratamento principal para eliminar células cancerígenas residuais, apresentam tendência de crescimento. O número de cirurgias oncológicas também aumentou de 4.433 em 2020 para 6.362 em 2023, uma alta de 43,5%. Houve uma elevação no início dos tratamentos oncológicos até 30 dias após o diagnóstico, o que aumenta as chances de sucesso, e uma tendência de queda nos atendimentos iniciados após 60 dias.

A nova versão do Plano de Atenção, já pactuada pela Comissão de Gestores Bipartite (CIB), atualiza os parâmetros necessários para o atendimento do câncer no âmbito do SUS. Em sua quinta atualização, a última realizada em 2020, o plano atende à nova legislação do Ministério da Saúde de 2023 para a habilitação de novos serviços em oncologia. O documento também considera as projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que estima 52,6 mil novos casos no país no triênio de 2023 a 2025. Para o câncer de pele não melanoma, a estimativa é de 197 casos para cada 100 mil habitantes, com cânceres de próstata e mama sendo os mais prevalentes, seguidos pelos dos tratos respiratório e digestivo.

Mortalidade por câncer

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer foi a principal causa de óbitos prematuros (entre 30 e 69 anos) no mundo em 2019. No Brasil, é a segunda causa de mortes desde 2003, exceto em 2020, quando a pandemia de covid-19 fez do câncer a terceira maior causa de óbitos no país, superado por doenças cardiovasculares e infecciosas.

No Rio Grande do Sul, a mortalidade por câncer entre doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) aumentou de 17.679 em 2014 para 19.335 em 2022. Em 168 dos 497 municípios, o câncer é a principal causa de óbitos. Segundo o Inca, eram esperados 52.620 novos casos de câncer no estado em 2023.

Envelhecimento da população

O aumento na incidência de câncer no Rio Grande do Sul está ligado ao alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e ao envelhecimento da população, que eleva a incidência de neoplasias malignas. "Com a questão do envelhecimento populacional, as estimativas dos casos de câncer só tendem a aumentar. A gente tem que se preocupar com a mortalidade e com o diagnóstico precoce e tratamento", disse Anne Braido, especialista em Saúde do Dgae.

Atualizações no Plano de Atenção

O Plano de Atenção define critérios como território e população coberta, produção mínima de procedimentos e acesso ao atendimento especializado em cada região. Mudanças significativas incluem a prevalência do câncer de pulmão entre as mulheres, agora igual às estatísticas do câncer masculino. "Quanto ao câncer de pulmão entre as mulheres, se observa pelas faixas etárias de maior número de óbitos a relação com o hábito de fumar que foi inserido nas décadas de 1960 e 1970", explicou Anne Braido.


   

  

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