GERAL
Afinal, o que é a cura?
   
Falar de cura é falar de vida, é falar de complexidade

Por Isabele B. Morillos Barancelli, psicóloga
08/04/2024 14h54

Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível para os olhos” – Livro Pequeno Príncipe

Falar de cura é falar de vida. Falar de vida é falar de complexidade. O ser humano é profundo em si mesmo, e para suas questões serem olhadas é preciso compreender, primeiramente, que nada se trata de um ponto único, um destino, uma linha rígida. A vida do ser humano é movimento, e a cura de si mesmo é uma direção, uma linha num mapa.

Quando falamos de cura, também é preciso compreender que não se trata de tornar-se melhor, mais aprimorado, mas, o mais exato seria dizer que se trata de um resgate de si mesmo. O médico Gabor Maté diz que “quando nos curamos, estamos ocupados em resgatar as partes perdidas de nosso eu, não em tentar muda-las ou melhorá-las”. E ainda acrescenta que “curar-se também é diferente de sarar: sarar significa estar livre de doença; curar-se significa tornar-se inteiro”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Assim, podemos compreender que a cura se trata de um processo de resgatar e reencontrar as qualidades internas que todo ser humano possui como possibilidades inerentes que podem fazer a vida valer a pena. Esse processo envolve olhar para si mesmo, reconhecer suas dores, faltas, e ainda, as dores e faltas do mundo. Sendo assim, pensarmos em cura real significa compreender que esse caminho é a capacidade de nos abrir para a verdade da nossa vida, seja ela no passado, presente e futuro.

A verdade dói, isso é um fato. Vivemos muitos processos de ilusões e comodismos psíquicos, porque na verdade, mudar também dói. A verdade aqui é referida a capacidade de olharmos para o exato momento e vermos como de fato ele está se apresentando. Reconhecer os detalhes, pois, através do nosso coração encontramos a melhor bússola para as transformações necessárias e, unido a nossa mente – consciente e inconsciente – temos o campo a ser navegado.

A importância de deixar as coisas serem como elas são. Mudar aquilo que nos cabe, aceitar aquilo que faz parte de nossa história, e ainda perceber que tudo que precisamos já está em nossas vidas.


   

  

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