Sabe aquele ‘famoso chazinho’ para ajudar na recuperação de algum problema de saúde? Para muitas pessoas, essa é uma memória que está presente no dia a dia e se torna mais uma alternativa na busca pelo bem-estar.

Como forma de resgatar e incentivar cada vez mais o uso consciente das plantas medicinais, a Prefeitura de Erebango, por meio da Secretaria de Saúde, Secretaria de Assistência Social, com apoio da Emater-Ascar/RS e de um grupo de mulheres voluntárias do Centro de Referência em Assistência Social - Cras, apresenta um projeto especial que integra a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde – Pics. As ações envolvem desde a produção e beneficiamento da planta até a indicação profissional dentro da própria UBS.

Conforme a farmacêutica, Camila Pacheco, o objetivo vai além do fornecimento de plantas medicinais – no formato seco e embalado - aos pacientes atendidos pelos médicos e dentistas da unidade. “Nessa fase inicial, iremos trabalhar com quatro plantas: Alpínia, Espinheira Santa, Malva e Mil em Rama. A escolha por elas ocorreu após a verificação de quais os problemas e queixas mais frequentes durante os atendimentos e, ainda, considerando as plantas que são de fácil cultivo na região e já são produzidas em maior quantidade no município. Outro aspecto considerado foi a indicação no formulário de fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, que é a  bibliografia oficial onde constam todas as plantas existentes no País e que tem autorização para serem utilizadas no SUS, tanto em chás como preparações”, explica.

Sobre as etapas, após serem colhidas, as plantas passam pela higienização e na sequência são colocadas em uma estufa para o processo de secagem. Posteriormente, são moídas e embaladas.  "Iremos observar a adesão dos pacientes e os itens serão fornecidos a partir de dezembro, na Farmácia Básica Municipal, somente conforme indicação dos profissionais. Vale ressaltar que os pacotes terão etiqueta com informações obrigatórias, a exemplo do lote e validade, cumprindo todas as demais normas legais", enfatiza a farmacêutica.

Parceria que gera resultados
Para que esse projeto fosse efetivamente colocado em prática, uma parceria foi fortalecida pelo poder público local, aproveitando o horto existente no município e o talento de um grupo que integrava a então Pastoral da Saúde.

Conforme a instrutora do Senar-RS, Sandra Rigo, ações como essa, que envolvem as plantas, já são incentivadas por instituições como a Emater há cerca de 10 anos, por meio de projetos voltados ao paisagismo naturalista nas propriedades rurais.
No meio urbano de Erebango, por exemplo, iniciou o horto por meio do Cras, o qual conta hoje com a contribuição de várias pessoas.

Na avaliação da secretária de Saúde e Assistência Social, Claura Araldi, a expectativa para o novo projeto é muito positiva. "Nós, enquanto poder público, temos a missão de contribuir na promoção da qualidade de vida de nossos munícipes. O investimento nas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde possibilitam um novo olhar de cuidado, de forma ainda mais humanizada. Do mesmo modo, valorizamos o excelente trabalho do grupo de voluntárias que trabalha na produção dos chás. Trata-se de uma cultura tão valiosa e que precisa ser preservada", reitera.

O grupo se reúne nas quartas-feiras à tarde e os interessados em saber mais informações, podem contatar com as integrantes.

Veja a seguir alguns benefícios das plantas que devem ser administradas sob indicação profissional, sendo contraindicadas para gestantes, lactantes e crianças:

Alpinia - aliada no tratamento de síndrome do pânico, angústia, ansiedade, insônia e depressão leve.

Espinheira Santa – suporte no tratamento de úlceras, gastrites e outros problemas relacionados à parte digestiva.

Malva - contribui no tratamento de infecções bucais e cicatrizante anti-inflamatório, além de auxiliar no combate à tosse, asma e bronquite.

Mil em Ramas - auxilia no tratamento de dores em geral, febre, pressão alta, climatério, distúrbios menstruais e alívio de gases.