CIDADES
Demanda por ovinos aumenta no Rio Grande do Sul com a aproximação das festas de fim de ano
   
Entre os manejos de destaque do período estão o controle de verminoses e a tosquia de animais adultos

Por Emater-Ascar
08/12/2025 07h25

A demanda por ovinos destinados ao abate cresceu neste fim de ano, impulsionando também a comercialização de lã e de animais em diversas regiões do Rio Grande do Sul. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na última semana, rebanhos ovinos mantiveram bom escore corporal e estado sanitário, enquanto a temporada de tosquia continuou avançando. Em algumas localidades, a menor oferta elevou os preços pagos aos produtores. Além disso, muitos criadores intensificaram a preparação de lotes para feiras e exposições previstas até o final da primavera. Entre os manejos de destaque do período estão o controle de verminoses e a tosquia de animais adultos.

Na região de Bagé, especialmente em São Gabriel, os trabalhos de esquila se aproximaram do encerramento e seguiram relatos de facilidade na comercialização da lã. Já em Passo Fundo, a oferta de alimentos e as temperaturas favoreceram o bem-estar animal. Mesmo com poucos compradores e preços em torno de R$ 2,00/kg para a lã bruta, a procura pela carne cresceu.

Na região de Soledade, o rebanho permaneceu em campos nativos com boa oferta de volumoso. Houve seleção de matrizes, incorporação de borregas, compra de carneiros e realização de desmames. Em Pelotas, algumas propriedades fizeram controle de piolhos no pós-esquila, mas enfrentaram dificuldade na eliminação do ectoparasita.

Pastagens

No Estado, o campo nativo apresentou desenvolvimento vegetativo, com melhora na oferta e qualidade da forragem. As forrageiras perenes mostraram bom estabelecimento inicial, favorecido pelo clima quente e pela luminosidade, embora áreas mais secas tenham registrado limitação no vigor de rebrote. Produtores têm ajustado o manejo para evitar sobrepastejo enquanto aguardam chuvas mais consistentes.

As pastagens anuais, porém, foram as mais prejudicadas pela falta de umidade. Capim-sudão e milheto implantados em setembro tiveram desempenho aquém do esperado. Mesmo as chuvas isoladas não foram suficientes para restabelecer o crescimento adequado das culturas.

Bovinocultura de corte

Os rebanhos mantiveram condição corporal considerada adequada, refletindo bom manejo alimentar. A sanidade também permaneceu favorável, com intensificação no monitoramento de ectoparasitas e adoção de protocolos preventivos. No mercado, verificou-se valorização típica da entressafra, impulsionada pela menor oferta de animais prontos, cenário agravado pelo tempo seco.

Bovinocultura de leite

Os rebanhos apresentaram boa condição corporal e sanitária. O clima mais seco auxiliou o controle de mastite e de ectoparasitas, embora tenha aumentado a infestação por mosca-dos-chifres e carrapatos em algumas propriedades. Com a transição entre pastagens de inverno e verão, produtores reforçaram a dieta com suplementos energéticos e proteicos.

Apicultura

A colheita avançou em diversas regiões, com produtividade inicial satisfatória. Apicultores realizaram divisões de enxames e suplementação alimentar, ampliando de forma estratégica os plantéis.

Culturas de inverno

Trigo – A colheita chegou a 93% da área cultivada. A falta de chuvas desde novembro acelerou a maturação e reduziu a umidade dos grãos. A produtividade variou conforme altitude, tecnologia empregada e condições climáticas: áreas dos Campos de Cima da Serra chegaram a 6.000 kg/ha, enquanto lavouras sob estresse hídrico no Sudeste produziram abaixo de 1.000 kg/ha.

Aveia-branca – A colheita foi praticamente concluída e apresentou boa qualidade física dos grãos, apesar de perdas pontuais por excesso de chuva ou geadas em fases sensíveis.

Canola – A colheita foi encerrada. Embora a produtividade tenha sofrido leve redução por falhas de estande e erosão, os resultados permaneceram dentro do esperado, consolidando a cultura como importante alternativa de rotação.

Cevada – A colheita avançou rapidamente devido ao tempo seco. A produtividade se manteve alta, e a qualidade atendeu às exigências da indústria cervejeira. Houve desclassificações pontuais devido a falhas de armazenamento inicial, sendo o produto destinado à suplementação animal.

Culturas de verão

Soja – A semeadura alcançou 74% da área prevista, mas foi afetada pela umidade insuficiente do solo. As regiões mais altas tiveram continuidade pontual. A cultura está em estágios iniciais e sem problemas fitossanitários relevantes. A projeção estadual aponta 6,7 milhões de hectares cultivados.

Milho – A semeadura atingiu 89% e foi praticamente interrompida pela falta de chuvas. Nas áreas em floração e enchimento de grãos, o déficit hídrico é crítico. Lavouras em solos rasos apresentaram murchamento e enrolamento foliar. Áreas irrigadas mantiveram desempenho superior.

Milho silagem – A produtividade estimada segue alta, mas o estresse hídrico pode levar produtores a antecipar a colheita para evitar perdas maiores.

Arroz – A semeadura está na etapa final, favorecida pelo tempo seco. Lavouras irrigadas mostraram bom desenvolvimento, mas áreas implantadas tardiamente apresentaram emergência desuniforme.

Feijão 1ª safra – A semeadura chegou a 60% da área. A restrição hídrica reduziu crescimento vegetativo, provocou queda de flores e comprometeu parte da formação de vagens.


   

  

menu
menu

Nós e os terceiros selecionados usamos cookies ou tecnologias similares para finalidades técnicas e, com seu consentimento, outras finalidades, conforme especificado na política de cookies.
Você poderá consentir o uso de tais tecnologias ao usar o botão “Aceitar”. Ao fechar este aviso, você continua sem aceitar.

SAIBA MAIS

Aceitar
Não Aceitar