CIDADES |
“Eu agi rápido para salvar as crianças”, diz zelador após ataque em escola de Estação |
Em relato emocionante em sua casa, Luiz Carlos dos Santos, o Pelé, conta como usou uma pá para defender vítimas e evacuar o prédio |
“Eu realmente agi rápido”. Foi com essa afirmação que Luiz Carlos dos Santos, o Pelé, zelador e monitor da Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, descreveu sua reação ao se deparar com o ataque a faca na instituição, na manhã de terça-feira, 8 de julho. Em um relato detalhado feito em sua casa, onde recebeu a equipe do Grupo Sideral de Rádios, ele contou como sua intervenção, que incluiu o uso de uma pá, foi crucial para proteger alunos e professores.
“Peguei uma pá e tirei as crianças”
Pelé relatou que o ataque começou por volta das 9h40, momentos antes do recreio. Ele confirmou que o agressor, um jovem conhecido na cidade, entrou na escola com o pretexto de entregar um currículo e, em seguida, pediu para ir ao banheiro.
“Daí do banheiro ele foi diretamente umas salas de baixo. E eu fui atrás”, contou o zelador. Ele descreveu o momento em que o adolescente entrou em uma sala e sacou uma faca. “Eu realmente agi rápido. Peguei uma pá e tirei a professora, tirei mais as crianças que estavam na frente”.
Enquanto agia para proteger os alunos daquela sala, ele também gritava para que as outras turmas e funcionários da cozinha evacuassem o prédio. “Eu mandava as crianças saírem para a rua pedir socorro. É esse o meu objetivo, é salvar vidas”, afirmou.
A dor e o treinamento
Apesar dos esforços, Pelé lamentou profundamente não ter conseguido chegar a tempo de socorrer Vitor André Kungel Gambirazi, que estava no fundo da sala. “Faltou um. A gente não conseguiu aquele inocente, aquela criança”, disse, emocionado.
Ele revelou que a reação rápida foi, em parte, guiada por treinamentos prévios recebidos da Brigada Militar sobre como proceder em casos de ataques a escolas. “Vários anos eles vêm repetindo [os treinamentos], conforme os ataques que dão nas escolas (...) é isso que nós fizemos, a questão de agir mais rápido”, explicou.
O retorno ao trabalho
Questionado sobre o futuro, o zelador foi enfático em sua decisão de continuar no trabalho para ajudar a comunidade escolar a se recuperar.
“Vou voltar a trabalhar na cidade (...) vou estar lá ajudando para reerguer o colégio. Nós não podemos fugir do problema”, afirmou. “Aconteceu, a gente tem que recomeçar tudo de novo. Vamos recomeçar”.
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