CIDADES
Avançam negociações entre governo e arrozeiros para garantir renda dos produtores e formar estoques
   
Encontro na sede da Conab, em Brasília, se aproxima do consenso sobre o melhor instrumento para compra do excedente de produção que formará estoque público

Por Assessoria de Comunicação
12/06/2025 11h51

O governo federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), anunciou na quarta-feira (11) que pretende comprar o excedente de produção dos arrozeiros — principalmente os do Rio Grande do Sul, após encontro realizado na sede da estatal, em Brasília. De acordo com o presidente Edegar Pretto, ainda falta definir qual será o melhor mecanismo para efetivar a ajuda ao setor, que tem se queixado da constante queda nos preços da saca de 50 kg.

Para Pretto, o socorro que está sendo detalhado também servirá como estímulo aos produtores para continuarem ampliando a área de plantio. “Estamos empenhados em reduzir o excedente e realizar a compra, dentro de nossas possibilidades, para formar esses estoques. Queremos garantir renda ao produtor e preços justos para o consumidor. Estamos por detalhes”, afirmou.

O objetivo do governo é conter os impactos da queda nos preços pagos aos produtores. Hoje, a saca de 50 kg de arroz em casca é vendida, em média, por R$ 68,84 no estado — valor apenas um pouco acima do preço mínimo estabelecido pela Conab, de R$ 63,64/sc. Com margens apertadas, produtores enfrentam dificuldades financeiras.

Segundo Pretto, as ações serão decididas em conjunto com o setor e têm como objetivo garantir um equilíbrio no mercado, levando em conta não só a rentabilidade e a previsibilidade para o produtor de arroz, mas também a acessibilidade dos preços do grão para a população. A Conab será a responsável pela execução das compras.

“Já conseguimos baixar o preço nos supermercados e, agora, queremos também garantir a renda do produtor e continuar incentivando a produção do cereal. Nosso principal interesse é um equilíbrio no mercado, sem volatilidade nos preços. Por isso, estamos comprometidos em continuar as negociações, analisando quais mecanismos da política agrícola iremos utilizar. Sempre que for necessário, o governo estará pronto para acolher as reivindicações e atuar no sentido de dar apoio a esse setor que produz um alimento tão importante para os brasileiros”, destacou o presidente da Conab.

A Companhia já havia lançado o Contrato de Opção de Venda (COV) para 500 mil toneladas de arroz no final de 2024, e a expectativa é de que sejam adquiridas 91,7 mil toneladas até o mês de agosto de 2025, com preço de exercício de R$ 86,03 para julho e de R$ 87,62 para agosto.

Segundo a secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiaveli, o governo federal está empenhado em encontrar soluções até o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar, que se aproxima. “O compromisso do governo é garantir que os produtores continuem estimulados a seguir plantando e que os consumidores continuem comprando o produto. Estamos estudando o melhor desenho para resolver essa questão, e o processo de conversas que iniciamos aqui hoje é para construir o instrumento que será utilizado para esse fim. Acreditamos que, rapidamente, teremos uma resposta para o setor”, complementou.

Renato Franzener, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), elogiou a iniciativa da Conab em receber o setor para escutar as dificuldades. “Nós, da Abiarroz, queremos agradecer, em nome do Edegar e da Fernanda Machiaveli, aos membros do governo envolvidos por nos receberem. A Abiarroz defende que a cadeia produtiva deve ser sustentável e, neste momento, devido à grande produção da safra de 2025, a saca de arroz está com um preço muito baixo”, disse.

Denis Nunes, futuro presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), falou que foi “de bom tom” o setor ter conversado com o governo para encontrar uma saída em conjunto. “Fomos bem recebidos, com a promessa de buscarmos essa solução juntos”, comentou.

O pronunciamento foi feito após reunião do governo federal e representantes do setor, na Conab. Também participaram o subsecretário de Política Agrícola do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt; a coordenadora-geral de Acompanhamento da Produção Agropecuária do Ministério da Fazenda, Mônica Avelar Antunes Netto; o secretário adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo; e o presidente da Federarroz, Alexandre Velho.
 


   

  

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