CIDADES
Apicultura se consolida como atividade forte em Sertão, no norte do RS
   
Com mais de três décadas de dedicação, apicultor Vilson Teixeira comanda agroindústria que hoje mantém 400 colmeias ativas e diversifica a produção com mel e própolis

Por Tribuna
24/04/2025 09h27

A produção de mel tem se destacado como uma importante atividade econômica e sustentável na região de Sertão, no norte do Rio Grande do Sul. Um dos principais exemplos é o trabalho desenvolvido pelo apicultor Vilson Teixeira, que há 35 anos atua no ramo, sendo um dos pioneiros da apicultura na cidade. A trajetória, iniciada com apenas quatro caixas comuns de abelhas, foi marcada por desafios, mas também por muito aperfeiçoamento técnico e crescimento.

A legalização da agroindústria veio em 2004, e desde então, seu Vilson incorporou novas tecnologias e passou a trabalhar com colmeias americanas, que oferecem maior rendimento e controle sanitário. Atualmente, a produção conta com cerca de 400 caixas distribuídas em apiários pela região, com uma média de 25 caixas por local. Ele realiza tanto a captura natural de enxames quanto a divisão artificial, garantindo a renovação constante do plantel.

Segundo Juliano Hashimoto, professor do curso de Zootecnia do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), a florada local, o tipo de solo e a espécie de abelha influenciam diretamente na cor, sabor e propriedades do mel. “O mel pode apresentar características antimicrobianas e antioxidantes, que variam conforme a planta de onde a abelha coleta o néctar”, explica o especialista.

A comercialização acontece em feiras da região, mercados locais em Sertão, na própria residência onde funciona a agroindústria e por meio de um representante em Passo Fundo. Além do mel, a família também comercializa própolis, com retirada média de 15 kg por ano, como forma de complementar a renda.

As condições climáticas têm sido um desafio nos últimos anos. De acordo com Vilson, as floradas têm sido escassas, o que impacta diretamente na produção. “Na safra passada colhemos 800 kg. Este ano, a expectativa é chegar a 1.000 kg. Em uma boa safra, o ideal seria atingir cerca de 3.000 kg”, relata. As abelhas se alimentam de espécies como eucalipto, unha de gato, timbó e floradas intermediárias das lavouras.

A colheita exige cuidados específicos: utiliza-se fumigador, macacão, luvas e botas. O mel é extraído dos favos quando estão com 70% operculados — ou seja, selados com cera. O produto é então centrifugado, decantado por 72 horas para separar as impurezas e, só depois, está pronto para ser embalado, garantindo qualidade e higiene.

Com dedicação, conhecimento técnico e respeito ao meio ambiente, o trabalho de Vilson Teixeira é um exemplo da força da apicultura familiar no interior gaúcho, unindo tradição, inovação e geração de renda.

Por Adenilson Silva Gois, estagiário, com supervisão da direção.


   

  

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