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Então é Natal, e o que você fez para ser mais feliz?
   
Reflexões acerca da maior pesquisa sobre o que traz felicidade

Por Cristiane Grumann, psicóloga
28/11/2024 08h00

Mais um ano que já se encaminha para fechar seu ciclo. Mais um ano em que vivemos nossos dias envolvidos com nossas escolhas, com nossa rotina e com nossos momentos de alegria e também de insatisfação. Mais um ano em que arquivamos ou executamos projetos, que optamos pelo lugar já conhecido, ou decidimos arriscar mudanças, aprendizados e novos começos.

Por mais que fujamos das inquietações ou da autoavaliação, este período do ano parece nos conduzir, até de forma inconsciente, à reflexão sobre onde estamos, o que estamos fazendo e o que queremos para nós mesmos. Mas o que será que, de fato, pode nos ajudar a ter um novo ano diferente e nos permitir conquistar sempre um passinho a mais no sentido da felicidade e do bem-estar?

Recentemente, foi publicada pela Harvard Study of Adult Development a maior pesquisa sobre felicidade já realizada. Essa pesquisa teve início em 1938 e acompanhou, ao longo de décadas, 724 homens, com o objetivo de entender o que contribui para uma vida saudável e satisfatória. Os participantes foram analisados em termos de saúde física, mental e emocional e a análise incluiu diversos fatores, como relacionamentos, trabalho e aspectos sociais. Essa pesquisa nos traz um resultado bastante fidedigno sobre o que nos aproximaria mais da vida que todos buscamos e desejamos.

De forma resumida, a pesquisa revelou que os relacionamentos próximos e de qualidade são os maiores determinantes de felicidade e bem-estar, superando o dinheiro ou o sucesso profissional. Aqueles que mantinham laços fortes com familiares e amigos tinham mais saúde, viviam mais e experimentavam menos sofrimento psíquico.

Além disso, o estudo descobriu que a qualidade dos relacionamentos na juventude impactava positivamente a felicidade na vida adulta. Ou seja, a maneira como formamos nossos vínculos e direcionamos nossa energia para mantê-los saudáveis e duradouros fala muito sobre como nos sentimos, como percebemos a vida e como reagimos a ela.

Ao longo de todo o estudo, os pesquisadores perceberam que a maneira como nos relacionamos e nossa aptidão social influenciam diretamente nossa saúde emocional e também, de maneira preponderante, nossa saúde física, a ponto de afetar nossos corpos e alterar nossa fisiologia.

Pessoas rodeadas de amizades confiáveis, que procuram manter bons relacionamentos interpessoais nos diversos setores da vida e realmente investem seu tempo nesse sentido, constroem uma rede de apoio muito importante, que, mesmo diante de qualquer dificuldade imposta pela vida, têm a sensação de amparo, escuta e acolhimento — recursos fundamentais para que tenham a mente e o corpo em equilíbrio, consequentemente mais saúde e felicidade.

Por outro lado, a pesquisa apontou que, quando não construímos um universo social capaz de nos dar suporte, o estresse prolongado e a solidão podem afetar profundamente a vida como um todo e gerar quadros que vão desde um desequilíbrio emocional até doenças crônicas e mais sérias, como a depressão.

Somos seres genuinamente grupais e necessitamos uns dos outros para sobrevivermos física e psiquicamente. Portanto, esse estudo reforça de maneira muito clara o quanto devemos pensar sobre quem somos e como nos incluímos no mundo das relações.

Soma-se a isso o fato de que, quando estamos seguros do afeto do outro, tendemos a ter mais facilidade em obter um propósito na vida, o que está intimamente ligado à sensação de satisfação pessoal, sensação de sucesso e também de capacidade e adequação.

Em suma, a pesquisa concluiu que investir em bons relacionamentos e cuidar da saúde emocional são os pilares essenciais para uma vida feliz e longeva, independentemente da classe social ou da carreira.

E aí, como será o seu 2025?


   

  

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