Buenas pessoal, me chamo David Peres da Rosa, sou pesquisador e professor do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), e junto com um bolsista, Junior Girardi, acadêmico do curso de Agronomia, do IFRS Campus Sertão, começaremos uma iniciativa nomeada como "Descomplicando o complicado", o qual tem objetivo de ajudar em temas específicos da área de máquinas, haja visto que o PIB da nossa estimada região norte é oriundo em boa parte do setor produtivo de grãos. A ideia é trazer matérias curtas, rápidas e produtivas, que auxiliem no dia-a-dia de quem está no campo produzindo o nosso alimento. Sou doutor em Engenharia Agrícola, com especialidade em máquinas agrícolas, e venho realizando pesquisas há 15 anos, e gostaríamos então, de começar esta primeira matéria com:  

DESCOMPLICANDO O COMPLICADO

 

Créditos: Reprodução / TG

  Em função do uso errôneo do sistema plantio direto, está cada vez mais comum encontrar problemas relacionados com a compactação do solo. Com intuito de diminuir estes efeitos são utilizados implementos de mobilização mecânica, através de escarificadores e/ou subsoladores, caracterizado por manejo de cultivo mínimo. Como técnica auxiliar, porém, pouco conhecida, há o aumento da profundidade de trabalho da haste sulcadora de fertilizantes na semeadura, que em muitas vezes pode ser suficiente para resolver o problema da compactação. Realizamos um experimento no ano agrícola de 2013, com a cultura da soja, comparando três tipos de manejos, solo em sistema plantio direto com haste sulcadora de adubo da semeadora atuando à 7 cm (SPD7), como testemunha; solo em sistema plantio direto com sulcador à 11 cm (SDP11), estratégia 1 (um) de melhoria do solo; e solo em cultivo mínimo mobilizado por um subsolador há 12 meses, antigo pé de pato, ou também nomeado como jumbo. Conforme a tabela abaixo, podemos ver que a maior profundidade da haste sulcadora de fertilizantes proporcionou maior produtividade, 1850,24 kg/ha contra 1445,11kg/ha do solo subsolado (CM), e 1570,7 kg /ha do solo em sistema plantio direto, mas com facão da semeadora mais raso. É possível ver, que a produtividade está amarrada ao melhor desenvolvimento foliar da planta, pois teve maior massa seca das folhas no tratamento SPD11, apontando que esta técnica de plantar e descompactar pode ser uma boa alternativa para romper as camadas compactadas e evitar o revolvimento do solo mantendo os pressupostos do sistema plantio direto.  

Tabela Massa seca da parte foliar e a produtividade da soja em ensaio realizado em Sertão (RS)

Manejo	Massa Seca Foliar g	Produtividade kg.ha-1
SPD7	80,73 b	1570,70 ns
SPD11	105,38 a	1850,24
CM	94,16 ab	1445,11
CV	9,58	10,17

  Estão fica a dica, na hora de regular o sulcador de fertilizante da sua plantadeira, coloque mais fundo, claro, desde que não afete tal modo que o trator aumente sua patinação, pois isso além de gerar maior manutenção neste, irá gerar maior compactação do solo.   Este artigo foi publicado na edição nº 972 do Jornal Tribuna Sertanense do dia 18 de junho.  

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