Banhos muito quentes podem prejudicar a saúde íntima feminina, alerta ginecologista
Água quente pode colaborar para a remoção da camada natural de lipídios da pele e da mucosa vulvar

Por Assessoria de Comunicação
23/06/2025 11h33

Com a queda das temperaturas na chegada do inverno, banhos muito quentes têm se tornado recorrentes e necessários. Porém, o que muitas mulheres não sabem é que esse hábito, quando frequente e exagerado, pode afetar diretamente a saúde íntima. A Dra. Cristiane Hackenhaar, ginecologista da Clínica Mádria, alerta para os riscos desse comportamento típico da estação mais fria do ano.

“Quando usamos água muito quente, há uma remoção da camada natural de lipídios da pele e da mucosa vulvar. Isso favorece o ressecamento, já que os poros se abrem, ocorre vasodilatação e há uma perda maior de água do corpo”, explica a médica. O resultado pode ser uma série de desconfortos como coceira, ardência, fissuras e até maior suscetibilidade a infecções genitais.

De acordo com a especialista, o ressecamento da mucosa íntima também interfere no pH vaginal e pode comprometer a ação dos lactobacilos, que são os principais responsáveis por proteger a flora vaginal. “Com esse desequilíbrio, aumentam os riscos de desenvolver quadros como candidíase e vaginose bacteriana”, complementa a Dra. Cristiane.

Além disso, mulheres com pele mais sensível, histórico de alergias ou dermatites devem ter atenção redobrada. Isso porque a pele da vulva é muito delicada e a exposição à água muito quente pode causar vermelhidão, irritação e agravar sintomas em quem já possui predisposição a problemas dermatológicos, conforme destaca a ginecologista.

Recomendação e cuidados necessários
Para proteger a saúde íntima durante o inverno, a recomendação é adotar banhos mornos e evitar o uso excessivo de sabonetes, especialmente os perfumados ou em barra. “Se for utilizar sabonete, prefira os líquidos, neutros e específicos para a região íntima. E lembre-se: ele deve ser aplicado apenas na vulva externa, nunca internamente”, orienta.

Após o banho, a médica recomenda secar a região íntima com delicadeza, sem esfregar a toalha, e evitar roupas íntimas úmidas ou peças muito apertadas. Além disso, dormir sem calcinha ou com roupas leves também ajuda a manter o equilíbrio da região, principalmente no inverno, quando as muitas camadas de roupas dificultam a ventilação da área.

Outro ponto importante, segundo ela, é manter uma alimentação equilibrada e hidratação constante, já que esses fatores também impactam na saúde da mucosa vaginal. “Cuidar da vulva deve ser um hábito diário. São pequenos gestos que fazem a diferença e garantem um inverno mais tranquilo e sem complicações ginecológicas”, finaliza a médica.

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