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10º Fórum do Trigo aborda inovações e desafios para a triticultura no Rio Grande do Sul |
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O evento foi realizado na tarde de quarta-feira, 12, no Auditório Central da Expodireto Cotrijal 2025 |

O 10º Fórum do Trigo foi realizado na tarde desta quarta-feira, 12, no Auditório Central da Expodireto Cotrijal 2025. A abertura do evento foi marcada por discursos do Secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi), Clair Tomé Kuhn, do Superintendente de Produção Vegetal da Cotrijal, Gelson Melo de Lima e do Gerente de Relações Institucionais e Sindical do Sistema Ocergs/RS e Coordenador da Câmara Setorial do Trigo, Tarcisio Minetto.
“Realizar um momento como este durante a feira é uma grande oportunidade de refletir e debater como posicionar a triticultura no estado”, destacou Gelson de Lima.
Clair Kuhn frisou a importância da Expodireto Cotrijal, de onde “saem pesquisas e estudos que são adotados pelo estado”. Ele falou sobre a busca pela securitização, assunto da Audiência Pública do Senado que acontece nesta sexta-feira, 14.
Redução dos impactos negativos das adversidades climáticas no trigo no Sul do Brasil
A programação seguiu com a palestra de Tiago de Andrade Neves Horbe, pesquisador da CCGL, que abordou o posicionamento da Rede Técnica Cooperativa (RTC) para minimizar os impactos negativos das adversidades climáticas na produção de trigo na região Sul do Brasil.
“Independentemente das frustrações, o plantio da soja segue crescendo, mas o trigo é protagonista”, salientou o pesquisador. Ele expôs que o trigo, diferente da soja, normalmente sofre pelo excesso de água e não pela escassez.
Para Horbe “o que define o potencial produtivo na lavoura é a cultivar e a época da semeadura” por isso, a dificuldade do estado está associada a imprevisibilidade do clima, “o trigo precisa ter cuidado com a chuva e a geada, por isso muitas vezes os resultados são diferentes” salientou o pesquisador.
O milho superprecoce, precoce e médio tem resultados diferentes em cada ano, a depender também dos cenários dos fenômenos La Niña e El Niño. Por isso, segundo Horbe, é necessário uma “gestão de risco para o cenário e traçar estratégias agronômicas e métricas que auxiliem no manejo do solo para rentabilizar a cultura”. Um dos momentos considerados mais críticos é o da transição entre soja e trigo, em que poucos dias podem fazer a diferença no solo.
Programa nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Zlimático (Zarc)
O pesquisador da Embrapa, Alvadi Antonio Balbinot Junior, assumiu o segundo momento do fórum para falar sobre o manejo adequado do solo, apresentando dados do programa Zarc da Embrapa. A pesquisa utilizou a soja como base, mas os mesmos aspectos podem ser aplicados para o trigo.
Durante sua fala, Balbinot mostrou sete indicadores utilizados atualmente para categorizar a fertilidade e as propriedades do solo. A pesquisa deve servir como base para políticas públicas, o que pode beneficiar os produtores rurais.
Seguro da lavoura
Na sequência, Daniel Nascimento, vice-presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), apresentou as opções de produtos oferecidos pelas seguradoras privadas aos produtores de trigo, com foco na proteção contra riscos climáticos.
“As principais dificuldades do Rio Grande do Sul são, sobretudo, as perdas acentuadas nas últimas cinco safras, restrições de produtos, coberturas e seguradoras na oferta de seguro, resseguro e plantio tardio, com isso, falta subvenção”, salientou o vice-presidente da Fenseg.
Nascimento finalizou orientando a disseminação da cultura do seguro entre produtores e seguradoras, bem como, cooperativas, federações e lideranças do agro.
Interação envolvendo painelistas e participantes
Moderado por Tarcísio José Minetto e Jorge Lemanski, Chefe da Embrapa Trigo, o painel final contou com a presença dos palestrantes e de Hamilton Guterres Jardim, que coordena a Comissão do Trigo e Culturas de Inverno da Farsul e é presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Jardim salientou que o fórum foi uma oportunidade valiosa para discutir soluções práticas e políticas públicas que possam apoiar os produtores. “As respostas foram dadas pelos palestrantes. Todos os elos da cadeia convergiram para o cenário atual, mas precisamos ter atenção às alíquotas do Proagro e Pronaf que subiram na região”, destacou.
Com a realização de diferentes fóruns e debates, a Expodireto Cotrijal segue sendo uma plataforma fundamental para o debate de soluções inovadoras e estratégias para o futuro da agricultura no Brasil.