A vida além do adeus
Reflexão sobre o Dia de Finados e a certeza de que a vida continua em novas dimensões

Por Paulo Afonso, presidente do Centro Espírita de Caridade Dias da Cruz, Passo Fundo-RS
31/10/2024 10h32

Falar sobre a morte, especialmente em dias como o de Finados, é abordar um fenômeno biológico natural que atinge todos os seres vivos, incluindo o ser humano. Trata-se de uma Lei da Natureza, uma Lei de Deus. Ao refletirmos sobre a morte, é fundamental que aqueles que enfrentam a aparente perda de um ente querido não a vejam como um evento artificial, inesperado e injusto. A morte não é um "nunca mais".

Os Espíritos sempre deram sinais de sua existência ao longo da história da Humanidade. Negar a existência do Espírito imortal é tão ilógico quanto negar a existência do sol. Assim como tudo que possui vida orgânica e biológica tem seu ciclo e um momento de transição, a morte é parte dessa trajetória. Até aqueles que foram curados por Jesus, em algum momento, também deixaram seus corpos. O que realmente acontece é que o Espírito não morre; ele apenas se desprende da matéria perecível.

O Homem dogmático, muitas vezes não consegue interpretar Deus e Suas Leis com a clareza que a fé raciocinada proporciona. É importante reconhecer o papel das religiões na vida humana; porém, existem mais de sessenta e cinco mil religiões no mundo, cada uma oferecendo sua própria interpretação sobre Deus, a vida e o Universo, com rituais e dogmas salvacionistas que muitas vezes carecem de bases sólidas. Essa diversidade pode levar ao que chamamos de analfabetismo espiritual.

Nestes novos tempos, aqueles que se abrem a novos conhecimentos e que acompanham o progresso da ciência e da filosofia, buscando uma fé racional, têm a oportunidade de enxergar a vida e a morte de maneira diferente. É essencial lembrar que a morte é apenas uma desconexão física, um "até breve". Quantos pais sofrem dores inimagináveis pela perda de um filho? Quantas vezes sentimos a dor da separação, que parece um vazio interminável? No entanto, Jesus nos deixou a promessa de que “há muitas moradas na Casa do Pai”, reafirmando que o Espírito segue sua jornada em algum lugar do Universo.

Ao celebrarmos o Dia de Finados, que possamos nos lembrar de que a vida continua além do plano material e que, embora a separação física traga dor, a conexão espiritual permanece inquebrantável. Vamos honrar a memória de nossos entes queridos com amor e esperança, confiando que a vida é eterna e que a verdadeira separação nunca acontece.

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