Demência digital: o que é e como evitar essa doença moderna |
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Um problema da modernidade que pode acometer pessoas de todas as idades |
Já ouviu falar no termo demência digital? Trata-se de um problema da modernidade que pode acometer pessoas de todas as idades. Entenda o que é e como evitar neste artigo.
A tecnologia digital faz parte do dia a dia de todas as pessoas hoje em dia, seja de forma direta ou indireta. Sua presença facilita bastante diversas atividades, mas também traz seus próprios riscos, especialmente para a saúde. Um dos principais exemplos disso é a chamada demência digital, uma condição cada vez mais comum na população.
Assim como acontece com qualquer coisa, não significa que você deve abandonar o uso do celular ou do computador. Afinal, são recursos indispensáveis para a vida moderna. A questão aqui é evitar o excesso, pois ele pode prejudicar diretamente o seu cérebro, sua visão e saúde mental.
Para entender melhor o assunto, vamos falar um pouco mais sobre a demência digital, seus perigos e como se prevenir contra ela.
O que é a demência digital?
O termo “demência” descreve a perda ou redução das habilidades cognitivas. Sendo assim, a demência digital é a deterioração causada pelo uso excessivo da tecnologia, principalmente computadores, smartphones e videogames.
Os principais estudos sobre esse conceito surgiram na Universidade de Seul, na Coreia do Sul. Apesar de ter ganhado maiores proporções nos últimos anos, essa é uma condição já diagnosticada desde o final da década de 1990. O termo passou a ser mais usado no ocidente com a publicação do livro “Demência Digital”, do neurocientista alemão Manfred Spitzer.
Já é comprovado que a exposição excessiva a essas tecnologias pode ser prejudicial para a cognição, sendo algo que vem sendo notado desde a televisão. Porém, com o maior uso da tecnologia em todos os aspectos da vida, desde o trabalho até a interação social, a preocupação com seus impactos também aumentou.
Quais são os perigos do uso excessivo da tecnologia digital?
O uso excessivo de smartphones, computadores e jogos eletrônicos pode ter um impacto severo no desenvolvimento cognitivo, especialmente em jovens e crianças. Contudo, isso não significa que adultos sejam imunes a esse efeito em seu comportamento.
Veja aqui alguns dos principais sinais da demência digital.
Pensamento acelerado
O mundo online é repleto de informação, mais do que qualquer pessoa consegue acompanhar e absorver ao longo de toda uma vida. Dado o contexto, cria-se um volume cada vez maior de conteúdo em alta velocidade, com grande pressão para que o usuário acompanhe esse ritmo.
A consequência mais comum dessa exposição constante é a síndrome do pensamento acelerado. O indivíduo passa a ter dificuldade para organizar seu raciocínio e mantê-lo coeso. Algo que também pode gerar tensão, perda de concentração e ansiedade se for muito prolongado.
Redução da capacidade analítica e pensamento crítico
Conseguir identificar padrões, processar informação, analisar e questionar antes de agir é uma das principais capacidades evolutivas do cérebro humano. No entanto, ela não é inata, mas sim desenvolvida ao longo dos anos, especialmente quando o cérebro está em formação.
O ritmo constante de informação encontrado online tende a produzir o efeito oposto. Nesse sentido, o cérebro é treinado para realizar ações repetitivas e aceitar informações sem questioná-las, sendo algo que pode interferir diretamente no raciocínio e pensamento crítico.
Diminuição das habilidades sociais e empatia
Outro fator preocupante na demência digital é seu efeito sobre habilidades sociais. A forma como uma pessoa interage com a tecnologia é bem diferente da maneira que se deve agir com um ser humano.
Mesmo quando se fala com outra pessoa, o distanciamento criado pela tela pode tornar uma pessoa menos perceptiva a certos sinais sociais ou mesmo seu estado emocional. E essa perda de empatia prejudica a formação de novos laços sociais.
Nomofobia
A nomofobia é o medo de ficar sem celular ou ser impedido de usá-lo, seja por falta de bateria ou conexão. Algo fácil de compreender hoje, visto que cada vez mais os smartphones são exigidos para todas as atividades do dia a dia. Em casos extremos, uma pessoa tende a ter ansiedade severa ou mesmo sinais de abstinência quando está distante do celular, ou tem a possibilidade de não poder usá-lo.
Como combater e prevenir a demência digital?
Considerando todas as consequências citadas, é fundamental encontrar formas de evitar a demência digital, ou, no mínimo, minimizar seus efeitos ao longo do tempo. Veja aqui algumas dicas que você pode adotar.
Controle no uso das telas
Remover a tecnologia digital do dia a dia não é uma possibilidade no mundo atual. Porém, você ainda pode restringir seu uso, evitando que ela tome 100% do seu tempo. Isso é especialmente importante para crianças e jovens, cujo cérebro está em desenvolvimento. Por essa razão, o controle dos pais é sempre necessário.
Priorizar atividades sem o uso de telas
Boa parte do entretenimento moderno está no mundo digital. Por esse motivo, é ainda mais importante realizar atividades longe da tela, como esportes, leitura de livros, artesanato, conversar presencialmente com amigos, etc. Tudo isso ajuda a manter seu cérebro ativo de outras formas.
Buscar mais estímulos cognitivos
Uma das principais causas da demência digital é que essa tecnologia não engaja certas partes do cérebro. E, assim como um músculo, ele precisa ser exercitado para manter seu potencial, quebra-cabeças, discussões, estudos. Tudo isso envolve um esforço cognitivo ativo, reduzindo o risco dessa condição.
Manter uma rotina de sono regular
O sono é um componente indispensável no desenvolvimento e manutenção do cérebro. Dito isso, todos sabem como computadores e celulares podem levar a várias noites de sono perdido. Seja qual for o seu nível de exposição às telas, tome cuidado para não interferir na qualidade do seu sono e no seu descanso.
A demência digital é um problema real, que merece atenção. Tomar os cuidados necessários no dia a dia é fundamental para manter suas funções cognitivas e evitar seu desgaste prematuramente.
Por Afya